terça-feira, novembro 23, 2004

A carrinha do Inferno

No domingo, estava eu muito bem em casa a descansar à tarde, quando um som vindo da janela me chamou a atenção.
Era música... Uma música que parecia vir do Inferno. Parecia que a Morte tinha comprado um piano e tinha vindo tocar para a rua.
Levantei-me, fui até à janela e deparei-me com algo horrível, indescritível... A carrinha da "Family Frost"!
É verdade! A música vinha da carrinha da "Family Frost"!
Acho que todos sabemos o que é a "Family Frost", porque acho que pelo menos uma vez na vida, já todos nós tivemos um encontro imediato com essa carrinha.
Eu não sei se a marca vos inspira confiança, mas a mim, não me inspira confiança nenhuma, por várias razões:

1 - Como é que é possível vender todo o tipo de produtos congelados numa só carrinha? Uma pessoa vai lá e compra gelados, mas quando os comemos devem vir a saber a chamuça! Aquilo anda tudo junto!

2 - Ao contrário das grandes marcas de gelados que oferecem promoções; que tipo de promoções pode oferecer esta empresa? "Compre 3 gelados e leve um rissol de camarão?!" Ainda por cima um rissól congelado não sabe a nada...

3 - Eles até tentam inspirar confiança e tal... Tem uma carrinha às cores... O Sr. anda com farda da empresa... Mas depois... tem aquela música que parece "Craddle of Filth" tocada em "pan pipe"...

4 - A carrinha só por si, apesar de pintada às cores e tal, parece a carrinha da morgue. Quem me garante a mim, que eles não fazem serviços para a morgue. (Até porque não acredito que eles tenham muita saída e então para ganharem algum dinheiro...) Quem me garante que um dia, não vou comprar-lhes pastéis de bacalhau e me dão o baço de alguém por engano...

Espero não ter ofendido quem costuma usufruir da vasta gama (e esta é a expressão chave, porque naquele m2 de carrinha, podemos encontrar desde postas de pescada nº4 a gelados!...) de produtos "Family Frost", mas apenas quis transmitir a minha opinião...

1 Comments:

Blogger The Wizard said...

Estava eu aqui a pensar para com os meus botões (brancos numa camisa preta, o que pode ser considerado um pouco bimbo, mas como a camisa é Tommy Hilfiger já é moda) como é que é possível que ninguém tenha feito nenhum comentário a esta fantástica dissertação do Ser ao verdadeiro flagelo que é a carrinha da Family Frost...

A minha primeira resposta seria, muito possivelmente, a mesma de toda a gente:
- Ninguém quer pensar nisso para não ter de voltar ao Xanax, mas atormenta-me o cérebro a ideia de que ninguém se importa.

Acredito piamente que essas carrinhas são o objecto da submissão das mentes portuguesas às crueldades praticadas pela classe política e pela TVI (com particular incidência nas telenovelas portuguesas) através de mensagens subliminares e tenho razões para suportar este meu comentário:
Em primeiro lugar, as carrinhas são amarelas. Ninguém no seu perfeito estado de saúde mental iria tentar comercializar fosse o que fosse num objecto amarelo com locomoção própria.
Em segundo lugar, toda aquela parafernália de tons desarranjados a que alguns se referem como “oh, não... aquela puta de música voltou!!!” não me inspira confiança, principalmente depois de ter constatado um facto deveras alarmante: O cão do meu vizinho de baixo, que uiva como se não houvesse amanhã assim que a carrinha passa na rua. Notem que o cão está em casa e não fica hipnotizado com a “mancha amarela volante”, que automaticamente lhe roubaria a vontade de uivar, e que ele tem uma capacidade que nós não temos: Não, não estou a falar do facto de ele chegar com a boca às suas próprias partes podengas, mas sim a audição mais sensível a tons que passam imperceptíveis ao ouvido humano (e isto inclui o Carlos Castro).

A minha teoria é que mensagens subliminares estão a ser introduzidas no nosso cérebro à medida que a caravana passa. É assim que eles nos dominam. Só podemos dar graças a Deus por esta invenção demoníaca não ter sido criada antes do 25 de Abril, senão ainda estaríamos sobre um regime ditatorial e não saberíamos sequer o que querem dizer palavras como “camarada”, “liberdade”, “dildo” ou “independência”.

Eu, por exemplo, não acredito que haja qualquer tipo de género alimentício dentro daquelas carrinhas. Nunca ninguém se aproxima delas (deve ser a primeira parte da mensagem subliminar), nunca ninguém se aproximaria mesmo sem a mensagem subliminar (é amarela berrante, lembram-se?) e depois calculo que toda a gente secretamente teme aquilo que o Ser referiu: Comer um baço humano.

7:53 da tarde  

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