terça-feira, dezembro 28, 2004

Sushi e patinagem

Há uns dias fiz duas coisas que nunca tinha feito na vida: Comi Sushi e fiz Patinagem no gelo. (não é bem no gelo, porque é feito naquele chão normalíssimo do ringue de Belém, mas o princípio é o mesmo). Vamos por partes:

- O Sushi
É fácil inventar piadinhas num restaurante japonês que serve sushi. Eu e o Manares (também no jantar) chegámos rapidamente a esta conclusão.
Antes de mais, pensem num restaurante versão micromachine. Aquilo é tudo pequenino, desde os pratos, aos copos, às mesinhas e aos banquinhos (ai, as minhas costas....). Basicamente, senti-me um hobbit.
Aquilo é bom (eu gostei) embora seja um jantar feito de aperitivos. A comida vem muito bem apresentada, embora tudo pareça um tabuleiro de canapés. As cores, e os efeitos, etc..... Parece-me bem, porque se eu visse um peixe inteiro, morto, cru, à minha frente para que eu o comesse, muito provavelmente, não ia nisso.
Mas sinceramente estava a pensar em algo frio, viscoso, nojento, mas olhem que aquilo é bom. Recomendo.

Estranho é estarmos a falar de um povo que domina a tecnologia, o microchip, o Godzilla e que ainda não aprendeu a comer com talheres. Ainda para mais, dormem arquivados. Sabem como é: Aqueles mega-beliches que são moda para aqueles lados e onde a família toda da casa (algumas 12 pessoas) dorme arquivada por ordem alfabética. Temos o Chun no primeiro andar, o Kyi no segundo, a Ping no terceiro, and so on, and so on, and so on.....


- A patinagem
Eu é mais malha, tão a ver??...... Sueca também sou bom, mas na malha é que sou forte. Patinagem, não. Com certeza absoluta que não. Passo a explicar:
Quando chegamos, vamos buscar os nossos patins e calçamo-los numa espécie de gigantesco balneário misto. (fico feliz por ter levado meias extra-grossas naquele dia)
Assim que calcei aqueles patins com aquelas lâminas bem fininhas e me levantei para me encaminhar para o ringue, cheguei rapidamente à conclusão que me ia espalhar em público antes de lá chegar. Para meu orgulho, isso não aconteceu. O pior ainda estava para vir.

Assim que cheguei ao ringue compreendi que realmente sou mau naquilo. Toda a gente já viu provas de patinagem no gelo nos Jogos Olímpicos,certo? Eu nunca mais vou ser capaz de pensar “Como é que aquele gajo falhou aquele Triplo Axel??!! Não é possível.... Aquilo é fácil.” Engoli essas palavras mais depressa que um canapé de sushi.

Irritou-me profundamente ver aqueles putos de 9 anos a andar que nem parvos naquilo e eu ali agarrado à borda exterior da pista como uma sanguessuga besuntada com super-cola. Apeteceu-me mesmo estender o braço à medida que eles passavam, mas consegui conter-me.
Ah, é verdade... Dei UMA volta inteira ao ringue em meia-hora. Não é fantástico??! Consigo orgulhar-me disso também... é triste.

A parte boa daquilo é quando saímos e nos apercebemos que andamos muito facilmente com "aqueles patins com aquelas lâminas bem fininhas" fora do ringue. Pudera.... o chão não mexe !!! Quando me descalcei, doíam-me os pés. Suspeitei de pé de atleta levado ao seu expoente máximo, mas não. É tudo normal tendo em conta o esforço todo que fazemos para não nos espalharmos.
Uma curiosidade: Aquilo tem mais mitras (vulgo, chungas) por metro quadrado do que a Cova da Moura...

Foi uma óptima noite, no cômputo geral e recomendo vivamente a(s) experiência(s) a quem nunca o fez.

Boas Festas.