sexta-feira, janeiro 06, 2006

HAPPY NEW YEAR

Antes de mais nada um grande bem hajam, seguido dos mais sinceros votos de um excelente 2006, com paz no Mundo, fim da fome em África, abrandamento do aquecimento global e essas coisas maravilhosas e utópicas, impreterivelmente mencionadas em qualquer concurso de Misses. Se isso não for possível, que tenham apenas um ano de 2006 com bastante dinheiro, tempo e companhia para o desfrutar. Ámen!

Ora bem, está então chegada a hora de, em consonância com o espírito observador e dissecante que caracteristicamente me assalta de quando em vez (o que não é necessariamente bom – nem mau – apenas é), reflectir um pouco sobre o que de melhor e de pior nos trouxe o passado 2005, donde surge a habitual… Tcham tcham tchatcham: Retrospectiva do Ano de 2005!

Desilusão Desportiva do Ano 2005 – A derrota do Sporting Clube de Portugal contra o CSKA de Moscovo, em pleno Alvalade XXI. Este resultado não só foi uma valente marretada nos testículos da nação lagarta (mas os lagartos têm testículos? Impossível pois se tivessem arrastariam com eles permanentemente no chão, prensados pelo peso do seu corpo, assim tipo tortura da Opus Dei: “Ai tiveste pensamentos impuros com aquela osga do 3º F? Então a tua penitência é 10 Ave-marias, 25 Pais-nossos e 43,56 km a arrastar os teus genitais pelo chão. Podes ir, estás absolvido. Próximo!”), como teve o condão de transformar uma época para ser lembrada durante décadas e décadas, ser contada aos netinhos, ser alvo de um filme daqueles da TVI tipo “Os Dez Mandamentos”, com um episódio ao sábado à tarde e outro ao domingo à tarde, com direito a repetição nos 5 anos seguintes, numa época absolutamente desastrosa, pois precipitou o resultado com o SLB apenas uma semana mais tarde que deu o campeonato à lampionagem. Doeu, e não foi pouco.

Flop Político do Ano 2005 – A Candidatura do Tetrasáurio Políticus Mário Soares à Presidência da República Portuguesa. Ora, a política portuguesa segue modelo de equilíbrio bipartidário alternante (ou então talvez não, but who cares? Fica bem esta amálgama de palavras abstractas com mais de 2 sílabas ou não, hein? Claro que sim), sendo que a alternância não é mérito da oposição, que ao longo do período anterior ao sufrágio critica insistentemente o governo democraticamente eleito em todos e quaisquer assuntos, como uma espécie de batalha entre Bárbaros “A” e Bárbaros “B”, sem regras, que faria o mais destemido lutador de K1 parecer o Bambi, mas sim demérito do Governo que utiliza um Modelo de Governo básico e assente na Argumentação tipo ABC, a saber:Argumentação tipo ABC:

Ø Os problemas que não conseguimos resolver são herança do Governo anterior, pelo que …temos pena, azar, aguente-se - Problemas de Categoria “A”

Ø As questões introduzidas por nós mas sem resolução no final do mandato enquadram-se na Categoria “B” – A culpa é da oposição porque não nos deixa trabalhar, nem aprovar Decretos-Lei, nem reformar o aparelho de Estado, nem revolucionar as Finanças Públicas, nem aumentar o PIB, nem reduzir as exportações, nem aumentar as pensões aos velhinhos, nem baixar o valor das propinas, nem aumentar os salários da função pública, and so on, and so on – Nós queremos governar, mas não nos deixam!

Ø Finalmente, todos os problemas fora das duas categorias anteriores enquadram-se na Categoria “C”, sendo sucessivamente adiados devido a dificuldades processuais, trâmites legais e vitaminas e sais minerais e tudo mais, até ao final do mandato. É sabido que, da mesma forma que “Quem ri por último, não entendeu a piada”, “O último a varrer, varre só esterco”, e como é grande a probabilidade do partido líder da Oposição ficar a governar depois das próximas eleições, varrem eles o esterco por último, which was nice and refreshing.

A candidatura do fóssil político Mário Soares divide e enfraquece assim a esquerda portuguesa, pondo em risco o sagrado princípio da alternância acima descrito, pois Manuel Alegre é com certeza um candidato mais carismático do que o velho seboso e reuniria sem dúvida um maior consenso e apoio dentro do partido e junto do eleitorado, talvez por causa de algum desgaste público da imagem de Mário Soares, ou até mesmo porque este está velho, caquéctico, gagá, chéché, senil, zarupa.
Quem deve estar a esfregar as mãos de alegria é o Cavaco Silva, reconhecido tubarão político, que mantém aquela aura de meio cool, meio sinistra, meio draculiana (3 meios somados não dão uma unidade…paciência), como se lá bem no fundo dele estivesse escondido o seu alter ego, Cavaco Vader (mudei de ideias, está lá com certeza), à espera da oportunidade de limpar o sebo ao Soares Skywalker com uma humilhação na praça pública, vingando-se assim da derrota sofrida anos antes.

Pessoalmente não apoiaria qualquer um destes candidatos (não de borla, nem à presidência, pelo menos...), mas acho que a concorrência aumenta a eficiência e a qualidade do serviço prestado, pelo que dois candidatos fortes obrigar-se-iam a uma campanha melhor e a um correspondente período de governação mais eficiente e proveitoso para os votantes. Neste momento temos um candidato forte, o Cavaco Vader, perdão, Silva, um candidato gagá, o Soares Skywalker, perdão Mário Soares e um candidato tipo wildcard, o Manuel Alegre, mas eu também percebo tanto disso como de origami, por isso adiante…

Flop Social do Ano 2005 – O Caso Casa Pia. Faz-me lembrar algumas anedotas populares portuguesas, talvez seja por isso que existem, porque tem um fundo de verdade e porque nos fazem rir se pensarmos apenas e só no absurdo da situação.
Exemplo: A do bêbado e das duas prostitutas. São os três apanhados numa rusga à pensão onde iam consumar o acto, e diz a 1ª prostituta “Eu estou a limpar o pó.”, logo seguida pela 2ª prostituta “Eu vim lavar a roupa.”, concluindo então o bêbado “Pronto, já entendi. Querem ver que a puta sou eu ?!”.
Neste caso o bêbado foi encarnado pelo Bibi, que após 37.232.516 reviravoltas e adiamentos é o único culpado daquilo tudo. Carlos Cruz, Herman José, o embaixador, o Paulo Pedroso…Andavam só a limpar o pó e a lavar a roupa.
Lamentavelmente, mas quando penso nisto não me rio…

Flop Pessoal do Ano 2005 – Lamentavelmente, não me saiu o Euromilhões. Anda aqui uma pessoa a tentar enriquecer, hein, e depara-se com certas e determinadas situações, que…pá, prontos! E isto assim não dá. Um gajo não enriquece. Tá mal. Se eu mandasse isto não era nada assim. Mas prontos, pá, não ganhei.
Paciência.


.…Epá, se calhar devia ter jogado…tipo fazer umas cruzes nos números e tal…
...Nããããã!

Mas foi um bom ano. Nada de atentados, furacões, tsunamis, terramotos. Assim é que a vida é bela neste rectângulo à beira-mar plantado.
Um 2006 pelo menos tão bom quanto o 2005 para todos vós.