Demissão demissionária

Pois, parece que este Governo deu barraca outra vez. Uau, isso sim, são notícias. Parece que desta vez foi Morais Sarmento, ministro do Estado, da Presidência e dos Assuntos Parlamentares. Foi a S. Tomé e Príncipe, em trabalho, pois claro, para mediar uns negócios da Galp. O ministro das Actividades Económicas, Álvaro Barreto, veio dizer que não sabia de nada. Que estranho, um assunto que devia ser do seu ministério, e ele não o conhece. Enfim, uma mão não sabe o que a outra faz. Parece que Morais Sarmento ficou num hotel um pouco caro, de seu nome "Bom-Bom" (até o nome é... bem, a piada é fácil demais), e utilizou um avião "Falcon", que só pelo nome parece ser um aviãozito catita. Dizem que gastou, só no avião, 100000 euros. Claro que fez o que normalmente se faz na política, quando se faz m#&%a: pôs o lugar à disposição. Disse que se ia demitir, fez birra, etc. Mas, não sei se alguém se lembra, mas há uns tempos, houve um senhor que "despediu" o Governo. Ou seja, Morais Sarmento demite-se de um lugar de que já foi despedido. Não é bom vivermos num paí em que estas coisas são possíveis?

Três lanços de escada - Parte 2

Continuando a saga... Outro aspecto que me atormenta, é o facto de nunca perceber o que as pessoas querem dizer:

" - Bom dia menino!
- Bom dia... Então como está?
- Bem, cá vamos... Vamos andando... Vamos como o Senhor quer..."

E, é aqui que me questiono:
"Cá vamos?!" - O que quer isto dizer...?! Vamos onde? Porque vamos?
"Como o Senhor quiser?!" - Quem é o Senhor?! Eu? O Sr. Doutor? O Senhor/Deus?
Sem dúvida esta é a resposta mais vaga, complexa e misteriosa, desde o enigma da Esfinge, que já me deram.
Apesar de tudo isto, remato sempre com um:

" - Isso é que é preciso..."

Mas isso o quê?! Eu nem percebi como está a/o vizinha/o... E se não estiver bem? Estarei a desejar-lhe mal por dizer isto?

Caros leitores/companheiros, temos que lutar para findar este flagelo! E creio ter arranjado a solução!
Quando os vizinhos nos dirigirem a palavra nas escadas, coloquem-lhes a seguinte questão:

" - Oh Dona Hermeneginalda, o que quereria verdadeiramente dizer Sartre no seu "O Ser e o Nada"?

Creio que assim não demoraremos, nunca mais, 10 minutos para descer três lanços de escadas.

Três lanços de escada - Parte 1

Creio que todos já passámos por esta situação incómoda e por vezes bizarra, que faz com que uma simples viagem por uns ínfimos lanços de escada demorem longos minutos e nos transporte para um universo paralelo.
Sim, refiro-me a conversas de vão de escada com os vizinhos.
Caso não tenham reparado, os nossos vizinhos, e nós, por vezes somos autênticos técnicos de meteorologia. Então, quanto mais velhos forem os nossos vizinhos, mais especialistas se tornam:

" - Bom dia! Então? Está bom?
- Sim, está tudo óptimo... E a Sra.? Está boa?
- Cá vamos!... Hoje está frio, não está?
- É! Está um pouco...
- É... Mas ontem esteve pior, não foi?
- É verdade...
- Mas lá pó norte está bem pior..."

É impressionante! Cada vez que encontro vizinhos e sou forçado a conversa de circunstância, sinto que estou a conversar com o Anthímio de Azevedo, esse grande ícone da meteorologia portuguesa.